quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Minha amante
...medo de perder-te... – 1986

foto: Pablo Alejandro Fabián - 1974

Do recanto ao canto,
Teu canto reticente,
Teu encanto borbulhante.

A luz que se apodera de minh’alma,
Vem, retruca e até acalma,
O borbulhar de minha euforia incandescente.

Entranha em minha mente,
O medo de teu relutante vacilo,
O medo do vazio que me acompanha
Doente, constante, demente.

A justiça de teus olhos,
Peca cega, fugitiva, indecisa,
Teus lábios beijam rubros,
Momentos de silêncio,

O medo mórbido de tua retirada.

Os gabinetes silenciosos
tinta verde -
inverno de 1977

foto: Pablo Fabián - 1974

As pirâmides frias e pacientes
Repousam seus olhos nas areias escaldantes
As miragens se confundem
A realidade é árida
O espaço é o tempo
O silêncio dos detalhes é reduzido pelas sombras
Seus desejos e medos soam cristalinos entre um vento e outro
Sobram os que amam
Os que desejam
Os que só enxergam o que existe
Uns sorriem,

Outros são tristes.