quinta-feira, 20 de dezembro de 2012


Um Feliz Fim-de-Mundo pra todos
foto: Pablo Fabián - 2011

Amanhã é o fim-do-mundo. Provavelmente não será diferente de outros fins-de-mundo que tive oportunidade de vivenciar. 
As vezes o fim-do-mundo acontece sem alarde, sem profecia ou aviso prévio - simplesmente é o fim.
Uma perda, um desencontro, a palavra que não dissemos no momento certo, o carinho que não veio, o olhar que não nos viu ou algo como a lagarta que se retira silenciosa para sua metamorfose.
Fim disto, começo daquilo. 
Certa vez conversava com meu amigo Bola e indaguei sobre o fim dos tempos, ele me respondeu: 
- Pablo, todos os dias é o fim-do-mundo para alguém.
Numa conversa com Enio Lindembaum ontem (como muitas que temos regularmente), ele se mostrou descrente com a possibilidade de estarmos - realmente - encerrando este ciclo. Segundo ele, não teremos essa barbada e que, muito (e árduo) trabalho, nos aguarda. 
Minha filha acha que, pensa nisso quem não tem o que fazer. 
O certo é que somos ritualísticos e nos preparamos com pompa e circunstancia, sejam para nascimentos como para velórios. O lance e estarmos prontos para a cerimônia.
Neste fim-de-mundo - infelizmente - não poderei estar ao lado de todas as pessoas que amo. 
Queria - realmente - estar. 
Desejo do fundo do meu coração que as luminosas frequências que nos mantém conectados, sejam soberanas.
Um Feliz Fim-de-Mundo pra todos e .. se rolar .. 
"Um delicioso e promissor 2013".

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

.. na terra das mil e uma noites ..
da série: As aventuras inusitadas do Mulá Diguidín

Dia 6 de outubro aterrizamos em Istambul .. uma viagem longa (13h São Paulo/Istambul), mas com a vantagem de ser direta e contar com razoáveis serviços da Turkish Airlines.

Pegamos um taxi e rumamos para Sultanahmet .. (+/-) 30min. O taxi andava rápido - uma mercedes preta impecável, o motorista - de terno escuro parecia personagem de uma máfia eslava - escutava rádio, algo que parecia um inflamado discurso em turco num volume alto.

Muitos carros, muitas buzinas, muita gente ..

O contraste das Mesquitas, das ruínas das muralhas de um lado e do outro o Bosphoro abarrotado de barcos de pesca - dividindo a Europa da Asia ..

Bandeiras turcas por todo o lado e rezas muçulmanas ao fundo .. estávamos em Constantinopla.



Desde pequeno eu tinha uma pergunta em minha mente: Quantos Volts tinha a Tomada de Constantinopla?

O hotel era num prédio histórico .. um antiga casa de detenção do Séc. XIX, todo reformado .. muito confortável, clássico e elegantemente decorado.

Ao entrarmos na habitação, um belo prato, abarrotado de figos frescos nos dava as boas-vindas.

Tínhamos em mente, além de curtir aquele clima das mil e uma noites, conhecer a cidade, sua gastronomia (o que incluía - necessariamente - uma visita detalhada ao Kapaliçarsi Grand Bazaar) e uma banda até Cappadocia.

Iniciamos com umas bandas locais .. pernada .. muitos turistas .. e assim fugimos dos grandes monumentos (após uma rápida visita) e mergulhamos em ruelas, becos, galerias, porões ..

Uma máquina fotográfica no pescoço imprime na testa: Turista. E isso é um grande limitador, além de nos colocar como alvo para toda a sorte de meliantes.

Imediatamente comprei um "omani muslim cap". Vi um lindo, na loja de um armênio que vendia tapetes .. ele tinha 3 a venda .. feito e bordado a mão, discreto .. era meu .. tinha sido feito pensando em mim. O armênio me contou - não sei se era apenas argumento de valorização do produto, mas acreditei - que demorava mais de um mês para produzir cada um deles.

Com a cabeça protegida, minha barba desbotada pela idade e uma ancestralidade que passa por terras mouras, comecei a perceber que podia transitar mais seguro. Confirmei ao ser abordado por vários árabes, egípcios, paquistaneses e turcos que se aproximavam falando rápido pedindo informações. Bingo .. mimetizado. Agora era só evitar confusões e curtir o que o passaporte que eu carregava na cabeça me proporcionava.

Em pouco tempo estava me relacionando, misturando inglês, francês, espanhol, portugues e convincentes mímicas, nas prática negociais típicas daquela região.

Passei a pechinchar com firmeza e obter significativas reduções nos preços das coisas que comprava.

Tenho certeza que quando eu saia eles ficavam a nítida sensação de que haviam me logrado. E eu também tinha a mesma sensação.

Abastecido de temperos, doces, frutas e algumas quinquilharias hipnotizantes, voltávamos para Sultanahmet, deixavamos as sacolas e continuávamos nossa aventura. Assim foram 3 dias intensos - ao som das rezas e dos constantes fundos musicais - que mais pareciam um filme que ia desde Alli-bah-bah, até uma aventura de James Bond.

Arrumamos as malas e nos dirigimos ao aeroporto de Ataturk, onde embarcamos para Kayseri (antiga Cesaréia) e de la - de carro para Cappadocia, distante 75km.

Nunca havia entrado num aeroporto Turco (apenas saído), já na entrada, na porta, uma esteira de raio-x para colocar as malas e demais pertences, passamos pelo detetor de metais onde tivemos que tirar os cintos, botas, relógios, etc … fizemos check in , passamos por outra bateria de segurança, com direito a tirar as botas, cintos, relógios, etc, etc, etc … e fomos para a sala de espera .. (nome que se justifica, pois o vôo atrasou e esperamos muito).

Durante a espera tomamos muito chá (sempre disponível em todo o lugar), lá pelas tantas, enquanto mergulhávamos em nossos iPads respondendo e-mails ou jogando paciência, entram vários membros da Türk Polisi, indicando com palavras de ordem (em Turco) e gestos que deveríamos sair de onde estávamos e nos colocarmos junto a parede do outro lado da sala. Ficamos parados olhando enquanto eles - como perdigueiros - farejavam alguma coisa (depois soubemos que havia ameaça de bomba), os demais passageiros - a grande maioria turcos, tomavam chá e conversavam calmamente como se aquilo fizesse parte do cotidiano deles. Provavelmente fazia.

O avião decolou e duas horas e meia depois estávamos em Cappadocia num hotel Brega-Chic que ostentava quatro ou cinco estilos simultaneamente. Algo que de certa forma, embrulhava o estômago. Era um competente e excelente mau-gosto.

As cinco da manhã, depois de algumas poucas horas de sono, nos dirigimos para o embarque dos Balões - nos ofereceram um café de gosto muito ruim e alguns pedaços de pão enquanto esperávamos a montagem das naves flutuantes. Havia chovido todo o dia anterior e também durante a noite .. nesse momento - abrigados dentro de uma caverna - contemplávamos uma insistente chuva fina.

Fomos avisados pelos guias e condutores dos balões que, se o tempo não melhorasse a atividade seria abortada por falta de condições seguras.

Esperamos mais meia hora enquanto escutávamos conversas em japonês, inglês, espanhol, alemão e outras que não decifrei. De repente o tempo clareia, a decolagem está confirmada.

Éramos apenas Muhamed e eu (mais dois tripulantes) representando o sexo masculino, quatro americanas histéricas e chatas - sendo que uma delas com idade indecifrável devido a deformantes plásticas e excessivas aplicações de Botox, uma japonesa, uma francesa e duas brasileiras.

O vôo durou uma hora e quinze minutos, passando por vales, chaminés de fadas, encostas pedregulhosas e áreas de cultivo. Mesmo tranquilo demais para meu gosto (dentro das normas de seguraça), permitia uma linda e surpreendente vista de parte dos (segundo os guias) cinco milhões de metros quadrados desse parque.



Fomos resgatados a alguns quilômetros do ponto de saída e voltamos para o hotel .. eram 9h30min da manhã e um café completo e sortido nos aguardava.

A chuva recomeçou com força, visitamos algumas cavernas, cidades subterrâneas ..

Os registros históricos dessa região datam da época dos Hititas, na Idade do Bronze. Eles deveriam ser muito pequenos, pois depois de algumas incursões pelas cavernas eu estava com meu pescoço torto e com dor nas costas.

No meio da tarde voltamos a Kayseri e de lá para Istambul.

Istambul é extremamente instigante, tem 18 milhões de habitantes sendo que 97% muçulmanos. Grande ponto de comercio .. a Rota da Seda de Marco Polo.



Nos dias que nos restaram, já mais aculturados e menos surpresos com o que encontrávamos, nos aventuramos mais no lado oriental da cidade (na outra margem do Bosphoro) onde percebemos um renascimento cultural contemporâneo, alinhado com conceitos mais metropolitanos e com significativa expressão cultural, artística e gastronômica.

No último dia, enquanto caminhávamos na beira do rio percebemos que mais alguns dias seriam necessários para entender melhor a Istambul do Séc.XXI .. coisa que ficará para uma outra vez.

domingo, 5 de junho de 2011

Uma Quadratura em París

da série: As aventuras inusitadas do Mulá Diguidín

Dia 25 de abril cheguei em Paris pela manhã, depois de uma viagem maravilhosa .. meu destino imediato era Barcelona (conexão Air France).
Com meu francês rudimentar e a boa vontade de alguns, descobri o que tinha que fazer e a direção que tomar.
Migração, passaporte, carimbos, meia dúzia de perguntas óbvias respondidas monossilabicamente.
Foi rápido e me sentia seguro, tranquilo. Charles De Gaulle é imenso mas tem lógica ..
Achei o caminho para o portão de embarque (nº 36) e fui para a esteira de Raio X.
Eu era o único passageiro .. três esteiras, dois funcionários por esteira e um (suposto) coordenador.
A funcionária da esteira me pediu o cartão de embarque e o passaporte.
Coloquei minha bagagem de mão na esteira (a de nº 2), seguida de uma bacia com meu casaco de couro - dobrado - sobre ele meus óculos (os escuros e os de longe - estavam no bolso da camisa) e meu iPhone.
A minha mala entrou e voltou.
A funcionária me perguntou se eu tinha computador.
Comuniquei que tinha um Tablet e equipamento fotográfico.
Pediu que eu tirasse da mala.
Coloquei numa outra bacia a maquina fotográfica, uma lente e o iPad.
Me encaminhei ao detetor de metais e ao passar apitou, voltei e a funcionaria pediu que eu tirasse o cinto.
Tirei o cinto e coloquei na bacia junto com a Máquina e o iPad - apitou mais uma vez, voltei e (por orientação da funcionária) tirei as botas .. não apitou (UFA), passei.
A funcionária me entregou o cartão de embarque e o passaporte.
Peguei as botas, a mala, as duas bacias cheias de coisas e sentei num banco - dentro da própria sala, ao lado da esteira - para me vestir.

Paramentado, comecei a colocar as coisas nos devidos bolsos e percebi a falta do celular.
Me dirigi - imediatamente - ao policial alfandegário que supostamente coordenava, denunciei a falta de meu iPhone 4 e solicitei que o procurassem.
Prontamente identificamos a esteira.
Tinha duas funcionarias, uma colocando as coisas na esteira e a outra olhando o monitor com as imagens do Raio X.
Quando a esteira foi identificada, a funcionaria do monitor, voltou as imagens, localizou a minha e de fato o celular estava lá (registrado) como eu havia descrito.
A outra funcionaria ficou estranha e disse que - então - eu o havia guardado ou perdido.
Pois bem, então vamos acha-lo - sugeri - passei novamente a minha mala e casaco pelo Raio X e nada, manuseei meus bolsos na frente do policial.
Pedi que me revistasse e ele não o fez.
Ficou me olhando com uma cara estranha ..
Ficou um clima tenso e tive a impressão que eles tinham ficado "de cara" com a funcionaria da esteira.
Aí o - dito - coordenador me disse que gostaria de me ajudar, mas não podia fazer nada, mas que eu podia fazer queixa na polícia.
Eu ri e falei pra ele: Monsieur, la police c'est toi-même ..
Ele constrangiu .. fez-se um longo silêncio e eu fiquei sem telefone.
Nesse momento eu vi que não ia resolver nada e meu vôo pra Barcelona saia em 15min.
Imagino que: Ou o cara ficou numa saia-justa, pois teria que revistar a colega ou criar um estado de revista coletiva, coisa que ele nem tinha poder, nem vontade de pegar essa bronca.
E se não desse pra provar nada? Ou seja .. o cara não ia me ajudar de fato.
Por outro lado, tinham visto minha passagem .. sabiam que eu estava na corrida.
Se foi complô ou ação isolada, pouco me importava naquele momento - levei um túfo na chegada.
Com certeza me abriu os olhos.
Bien Venue a París.
Depois, em Barcelona, soube que isso tem acontecido frequentemente no Charles De Gaulle.
Parece haver uma gangue organizada nesse sentido.
O interessante é que coincidia com uma quadratura de Júpiter com Urano que caracteriza algum tipo de prejuízo, um prejuízo tecnológico.
Eu sabia disso e estava atento, ligado .. mas não foi o suficiente.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Paleta de Cordeiro Assada
almoço do dia 18 de abril ...

foto: Pablo Fabián - 18.04.2011

uma paleta de cordeiro de quilo e meio

vinha d'alho:
1 abacaxi médio (maduro)
1 punhado de coentro em grãos
6 dentes de alho (grandes)
4 ramos de manjericão
3 calices de saque
1 calice de vinagre de maçã
uma colher de sopa de Adobo
Sal grosso
Pimenta do reino moída (grossa)

Sobre a paleta (numa vasilha com tampa), coloque as fatias finas de alho e após cubra toda a superfície com rodelas finas de abacaxi.
Sobre as rodelas coloque o sal grosso, a pimenta, o manjericão (em ramos) e os grãos de coentro.
Misture o saque, o vinagre e o adobo e despeje delicadamente sobre a paleta.

Depois de ter sido virada de 6 em 6 horas (completando 24h) e retirada da vinha d'alho, coloque em forno quente (230ºC) em forma tapada por 45 min. Destape e com uma colher retire o molho que ficou na assadeira.

Coloque numa pequena panela, acrescente uma colher se sopa de mostarda dijon e uma de mel até espessar. Se ficar muito espesso dilua com um pouquinho do que sobrou da vinha d'alho e despeje sobre a paleta, deixando assar, sem tampa, por mais 15 minutos a 180ºC.


bon appetit

domingo, 17 de abril de 2011

O Jogo - The Game Never Ends - V
.. apenas quando desencarnemos deste planeta passional ..

auto-retrato: 2011

Quando uma etapa do jogo acaba - conclui-se um ciclo - não há vencedores.
E se nos regozijamos e nos satisfazemos com o resultado do jogo, estamos longe de termos vencido realmente alguma coisa, galgado um degrau ou havermos nos acrescido de algo.
Se nos regozijamos com o resultado do jogo, ainda estamos dentro de uma etapa ou ciclo.
O jogo é apenas um meio - dentro deste plano denso - de nos viabilizarmos através das experiências vividas, para o acréscimo de um entendimento e a expansão da consciência.
Ganhar o jogo não existe, ganhar com o jogo sim.

sábado, 16 de abril de 2011

O Jogo IV

foto: Marcelo Brognoli - 2009

O Jogo é um denominador comum.

Permite que trilhemos e persigamos nossos caminhos superiores.

O Jogo viabiliza que (mesmo tendo existido a Torre de Babel) possamos nos comunicar - em algum nível - uns com os outros.

Nossos objetivos espirituais independem dos objetivos do jogo.

O Jogo permite que alcancemos - vencendo obstáculos virtuais - nossos objetivos de aprendizado superiores.

Os cenários de cada jogo, dizem respeito unicamente ao jogo.

Tornando-os sem importância após cada ciclo de jogo - cada etapa.
Porém, mesmo que não tenhamos entendimento e consciência disso, ao longo do jogo, fazemos conexões reais - fora do jogo.

Isso se refere a constância e a eternidade de nosso crescimento real.

Pactuamos no jogo, porém alguns pactos ultrapassam as regras e a duração de cada ciclo de jogo, e por vezes ao jogo como um todo.

Quando isso acontece estabelecemos conexões indissolúveis.

Criamos constelações de energia e poderemos contar sempre com elas, tanto dentro como fora do jogo.

Fora do jogo nos acrescemos de coisas que serão permanentes, assim como a consciência adquirida.

Se soubermos usa-las adequadamente, sempre respeitando nossas crenças estrelares (superiores), adquiriremos ferramentas que serão nossas fortalezas em termos de habilidades.

O tempo inexiste fora do Jogo.
Fora do Jogo, somos eternos.

E assim, eternas, nossas reais conexões.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O Jogo III

foto: Pablo Fabián - janeiro 2011

Nem sempre, quando um ciclo termina, temos a sensação de que terminou.
É o apego.
Ficamos, muitas vezes, com a sensação de que teríamos mais a fazer naquele nível.
Como se não houvéssemos terminado adequadamente.
Pendências - coisas que gostaríamos de ter feito de outra forma.
"Consumatum est"
Caso contrario ficamos presos a um ciclo que não existe mais.
Ficamos no nada e não vamos a lugar algum.
O apego aos "players", coisas, sensações e emoções - além de não nos permitir avançar - se tornam um peso que atrapalha o desapego de tudo que está envolvido.
Não há como ganhar no jogo e sim com o jogo.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O Jogo II

foto: Pablo Fabián - 2011

Por mais que as regras existam, na realidade não permanecem
Elas são as regras de cada ciclo
O jogo é dividido em ciclos
Cada ciclo, independentemente da quantidade de tempo que ocupa, dura sempre o mesmo tempo
O tempo de um ciclo
Cada ciclo dura uma vida
A vida do ciclo
Em cada ciclo a gente pode nascer e morrer uma única vez
Se for diferente é por que já estamos vivendo outro ciclo
Tudo que resta de cada ciclo é o aprendizado que ele deixa
O resto morre e com o tempo se perde na memória como meras lembranças
Para renascer em um novo ciclo exercitamos o desapego
Com a mente e o coração esvaziados nos abrimos para o novo
Ávidos .. sem expectativas
Levamos na bagagem a Fé, a Esperança e o Amor

domingo, 10 de abril de 2011

O JOGO

foto: Pablo Fabián - 2011
existe ganhar

mas não existe real valor nos ganhos
as vezes existe mais valor no que se ganha com a perda

é um jogo que possibilita o grande exercício
se focamos apenas no jogo, podemos trapacear e ganhar
se focamos no exercício não há trapaça

ganhamos até com a perda
pois fizemos o exercício
o jogo requer personagens
mas são só personagens
conforme o jogo avança e surgem novas etapas de exercício

devemos nos livrar desses velhos personagens
para dar espaço a novos e contextualizados articuladores
não existem compromissos kármicos com esse ou aquele

isso também faz parte do exercício,
é parte do jogo

apenas sem medo de perder tudo (tudo mesmo)
podemos nos habilitar para ganhar tudo
com medo de perder algo, nos habilitamos a ganhar, apenas, algo

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Milagres de São Miguel

São Miguel dos Milagres - 13 de novembro de 2010
foto: Pablo Fabián

A gente procura
Se aventura
Aprende com a vida
Mas só .. apenas .. unicamente
Quando se cessa a procura ..
A vida acontece

sábado, 7 de agosto de 2010

Pai Saturno

ad referendum – 28 de junho de 1982


Seu pai, seu Mestre Saturno
Sua vez, sua hora, seu turno
Seu terno cinza, gravata listrada
Seu olhar seguro, cabeleira agitada
Sua cabeça se abria
E de dentro,
Em revoada, saiam milhões de pássaros
Em admirável toada.
Eu os via brancos como símbolos da paz
E ao partirem, a paz levavam
O que nos resta?
Ah! Pai da casa dez
Projeta na casa onze teu desejo
Para que, com o que almejo
Possa obter um futuro
Futuro forte, seguro
Para que eu possa no escuro
Dessa casa que se segue
Lembrar das lembranças que enterrei no medo.
Olhava pro céu como que num canto lógico
Mirava-se nas estrelas e outros astros
O enfoque imaturo se voltou astrológico
A carência nativa, jogou-me no abismo
Abismo sem fim, sem fundo, sem mundo
Abismo interior das dores da casa doze
Monstro sentado a sua porta, abalando sua pose
Monstro da “um” sentado na “doze”.
Dias de “quatro”, dias de “dez”
Dias de “seis”, de “sete” e de “oito”
Olhava pra lua, como que a um biscoito
E nela a mãe, a amante, o coito.
Olhava o futuro e só via o passado
Passado pisado sem muita atenção
Deixava um rastro noturno
Onde ecoava a voz de seu pai
O Mestre Saturno

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Um café por favor .. sem açúcar .. puro ..

foto: Pablo Fabián 2010

Já encontrei, muitas vezes, respostas na alimentação.
Lendo a História da Loucura do Michel Foucault me deparei com um verbete de rodapé de um tal James.R de uma publicação de 1748 que se chama Dictionnaire Universel de Médicine ...
"A mania origina-se geralmente da melancolia, a melancolia das afecções hipocondríacas e as afecções hipocondríacas dos sucos impuros e viciados que circulam languidamente nos intestinos...”.
Completa Foucault ... “Mas a tarefa principal consiste em dissolver todas as fermentações que, formadas no corpo, determinam a loucura. Para tanto, os amargos vêm em primeiro lugar. O amargor tem todas as virtudes da água do mar; purifica enquanto desgasta, exerce sua corrosão sobre tudo aquilo que o mal pôde depositar de inútil, de malsão e impuro no corpo e na alma. Amargo e forte, o café é útil para as pessoas cujos humores mal circulam; ele resseca sem queimar - pois é próprio dos corpos dessa espécie dissipar as umidades supérfluas sem provocar um calor perigoso; tanto no café como no fogo sem chama existe um poder de purificação que não calcina. O café reduz a impureza”.


Santo Café, em parceiria!?

O quão louco e desajustado seria se não o bebêsse tão voluptuosamente.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Receita de Escondidinho

Isa Bonorino me pediu via Facebook essa receita - ai vai

a foto eu tirei do Google para ilustar
www.curitibanoprato.com.br/.../escondidinho.JPG
Escondidinho.
Cozinhar um quilo e meio de aipim (só com água) até ficar bem macia, (coloca o sal depois quando estiver quase pronto). Com o aipim cozido ainda quente, retira os fios internos e, aos poucos, coloca um pouco da água do cozimento (tem gente que gosta de bater num processador ou no liquidificador - sou mais um garfo) até formar uma pasta grossa. Leva de volta ao fogo com 3 a 4 colheres de sopa de manteiga (manteiga de verdade por favor), até obter um purê. Deixa descansando abafadinho.
Paralelamente ...
Cozinha a carne de sol (já desalgada - 4 a 5 horas na água - trocando a água de hora em hora) cortada em pedaços pequenos durante uma hora numa panela de ferro (se não tiver carne de sol da pra fazer com charque - engana bem). Espera esfriar e desfia a carne. Refoga a carne de sol (ou charque) desfiado com meio quilo de cebolas cortadas em pedaços grandes e uns 6 a 10 dentes de alho picados (eu gosto com pedaços grandes) e tempera com a pimenta a gosto. Não deixa ela ficar muito seca. Em um refratário coloca uma camada com metade do purê, coloca carne por cima e cobre com o restante do purê de aipim - Dando aquele astral de pastelão da vó. Polvilha com o queijo ralado e leva ao forno até dourar. Bom Apetite.

terça-feira, 30 de março de 2010

Irmandade Cósmica

foto: Mario André Coelho de Souza - 1972
A primeira vez que eu escutei que a humanidade evoluí em ondas e que as pessoas reencarnam em grupo foi por volta de meus 17 anos.
Existia em minha casa paterna uma leitura sagrada do cosmos e não uma visão meramente cartesiana ou dogmático-religiosa. Longe disso.

Pelo foto de eu ser muito sociável e agregador, tive oportunidade de conhecer muita gente. Alguns passaram e outros, mesmo sem uma constante no meu dia-a-dia, ficaram para sempre.
Eu percebia que, com algumas pessoas, as relações tinham cara de reencontro e com outras não. Era estranho, pra mim, que algumas relações eram fluídas, limpas e rapidamente estávamos construindo algo juntos.
Comentei isso com minha mãe e ela me disse que ao longo da nossa vida vamos nos reconectando com nosso grupo espiritual e, dessa forma, retomando as atividades de crescimento espiritual que nos era pertinente.
Ao ouvi-la tive a certeza de que se me desvendava uma grande verdade. Acredito nela até hoje.
No início dos anos setenta eu me relacionava com um grupo muito especial, pessoas de idades diferentes, com vivências diferentes, porém com valores muito semelhantes. Todos brindavam o grupo com algum tipo de sabedoria e, com certeza, crescemos muito nesse período.

Os mais significativos (pelo menos pra mim) ainda se contatam de tanto em tanto e sabemos um o paradeiro do outro.
Um desses irmãos cósmicos é o Dedéco - Mário André Coelho de Souza. Passamos longos períodos juntos e outros, igualmente longos sem ter notícias um do outro (embora soubéssemos, mesmo que vagamente o que o outro estava passando e fazendo). Difícil de explicar.
Por uma dessas maravilhas dos tempos modernos Dedéco me achou no orkut e retomamos um contato que espero se faça permanente (a gente sempre quer isso - mas cada um tem um caminho ou escolheu um caminho para trilhar).
Outro dia ele me mandou uma foto de 1972 obtida por ele. Nela está Pedro Pires e eu quando tentávamos fazer um table-top para contar a história do Rádio no qual o personagem era o inventor - Padre Landel de Moura.

segunda-feira, 29 de março de 2010

“Account Planning: today’s concerns, tomorrow’s dangers, and planning myopia”

foto e arte Carlos Fabián - 2009
trechos de um e-mail que mandei para Laerte Martins e Lucio Pacheco - 26 de agosto de 2009
Particularmente, sofri bastante quando o "Planejamento Estratégico" virou um passaporte de ingresso para programas de desenvolvimento e equalização mercadológica global. Falo dos Programas de Qualidade, as certificações ISO, QS, etc.. De repente o Planejamento Estratégico virou um item pré-requisito para o start dessas atividades (isso começou aqui prá nós por volta da metade dos anos 80, que é quando foi escrito um excelente artigo de John Bartle - “Account Planning: today’s concerns, tomorrow’s dangers, and planning myopia”. ).

Eu percebi que, como profissional focado em qualificação de relacionamento, perdia espaço para os tecno-cientistas das artes engenherescas, onde Balance Store Cards, CPPDs, CRM e outras ferramentas "mágicas" de diagnóstico e gestão, dessa forma, fui atras de parcerias que me suprissem os hiatos de conhecimento. Aprendi muito, mas não me convenci totalmente, até porque essas ferramentas não mudavam o comportamento, e sim a gestão. As empresas estavam num caminho não diferente do tayloriano e a produção massiva de produtos e serviços era o foco da questão. O bem estar das pessoas e a vocação "espiritual" dos dirigentes não tinha a menor importância. Business, business, business.
Mesmo assim, segui trilhando um caminho que acreditava e antes de perguntar (num Planejamento Estratégico): Que empresa precisamos ter para ser os "donos da cocada"? - perguntava: Que empresa precisamos ter para sermos felizes? Isso automaticamente nos levava a uma reflexão de cunho mais universal onde o desejo e necessidades dos indivíduos (players) tinha peso.
Para isso o caminho da criatividade e inovação era indispensável. E dessa forma eu estava no meu chão.
Brigávamos com a miopia e provocávamos mudanças estruturais, antes de mais nada, no comportamental.
Nunca desisti desse caminho, por mais que tenha perdido bons e excelentes clientes para "engenheiros associados" portadores de uma caixa de ferramentas das mais complexas.
No texto que citei, Ulisses e Bartle evidenciam um certo medo referente ao futuro desse segmento. Concordo com eles, esse segmento focado em um apêndice da gestão só serviu para criar vínculos de dependência das instituições com "as agencias" e não tem trazido grandes diferenciais.
O diferencial está nas pessoas e não necessariamente nos processos e tecnologias.
Não pretendo fazer uma ode a idade da pedra, mas sim trazer um mix onde a tecnologia esta sob medida para o sucesso do sonho de cada instituição em consonância com o desenvolvimento dos indivíduos que compõem a tripulação dessa nau.
Acho portanto que estamos voltando a real, onde as empresas só existem por que existem pessoas.
Não se faz Planejamento Estratégico de nenhuma organização sem, em paralelo, fazer o Planejamento Pessoal dos dirigentes - isso se chama coaching. É como venho trabalhando nestes últimos anos. Tento ajudar os dirigentes a não entrarem numa sinuca de bico e se transformarem e empregados de si mesmos ou reféns de um sonho empresarial.

nada de novo no front
Pablo Alejandro Fabián

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Discurso de paraninfo da formatura dos cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas - 2009/2 da faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS.

31 de janeiro de 2010

Antes de mais nada, meu profundo agradecimento e prazer de estar aqui, na frente de vocês, tendo mais esta oportunidade de dizer-lhes o que penso.

Um ano atrás estive aqui anunciando que me aposentaria .. pois bem - esse é o fato - estou indo.

Diferentemente de vocês precisei de 36 anos para me formar ... sair da Fabico onde ingressei em 1974 via vestibular.

Amadas alunas, amados alunos, respectivas mães, pais, irmãs e irmãos, parentes e amigos.

Caro amigo Ricardo Schneiders - Diretor da Fabico

Professores, funcionários e curiosos.

Mesmo que desejassem - estar neste momento, na beira da praia, na piscina ou no conforto de seus ares condicionados - estão presentes.

Muito agradecido ...

Por algum motivo, aqui estão.

- pelo amor à algum destes entunicados que inicia mais uma etapa de sua vida ...

- pelo cumprimento do dever ...

- por uma obrigação familiar ...

- por uma obrigação social ...

- por laços afetivos ...

- pelo simples gosto pela pompa e solenidade ... ou ... por outros tantos motivos ...

Eu - estou aqui a convite e isso muito me honra.

Talvez, este convite, traduza um reconhecimento, uma gratidão ou a retribuição por alguma coisa ...

Eu prefiro acreditar que estamos ingressando na grande Net-Love e, dessa forma, na categoria dos amores imortais.

Hoje .. não há necessidade de bater na tecla do compromisso ético com o profissional, social, político e humano.

Já falamos muito disso.

Vou dedicar minhas atenções a um único tema que, entendo, ser da maior importância e relevância.

Trata da loucura

Em determinado momento, para fazermos parte do seleto e árido clube dos adultos, abandonamos a intuição.

Buscamos a supremacia da razão ...

Ouvíamos de nossos orientadores, nossos mestres compulsórios, nossos pais: "Isso é coisa de criança"

Não queríamos mais ter os limites das crianças, queríamos sim fazer parte daqueles papos enfadonhos, que mesmo sem entende-los achávamos que deveriam ser o máximo.

Sabotamos de vez nossa intuição e passamos a acreditar que os sentidos humanos são apenas cinco.

Alguns, mais rebeldes e sensíveis, para sobreviver tornaram-se artistas.

E mesmo assim ... muitos não sobreviveram ...

Sucumbiram à dúvida, foram rechaçados, banidos, expurgados, queimados em fogueiras, crucificados, esquartejados .. barrados no baile - marginalizados.

Outros tantos - muitos mesmo - se massificaram na tentativa de serem socialmente viáveis.

Perderam o contato direto com sua loucura substancial.

Abriram mão da identidade essencial.

Sem nos darmos conta ...

- Ajustamos nossos corpos aos ditames da moda que, ora nos faz gordos, ora nos faz baixos, ora altos ou muito magros.

- Ajustamos nosso paladar aos ditames dos nutricionistas que - ora condenam o ovo - ora o proclamam.

- Ajustamos nossos amores à moça ou rapaz de boa família, de posses, com futuro ...

- Ajustamos nossas amizades a círculos de interesse ...

Nos ajustamos .... queremos ser aceitos e amados.

Nascemos e vivemos num planeta minúsculo que chamamos de Terra.

Esse planeta apresenta, em sua superfície, mais água do que terra, mas mesmo assim o chamamos de Terra.

Este planeta - a Terra - tem suas regras e possibilidades – as que chamamos de leis da natureza.

São leis complexas determinadas pelo grau de densidade da matéria manifesta, somadas a total dependência do equilíbrio do sistema Solar, intimamente dependente do comportamento da Via Láctea que se mantém em consonância com as "Leis do Universo".

Chamamos a galáxia de Via Láctea porque somos mamíferos e temos o leite como uma fonte sublime de alimento.

Fazemos isso porque entendemos que somos a raça que domina a tecnologia, as artes, as guerras e pretensamente (há controvérsias) gerenciamos os recursos naturais.

Pela prática desse gerenciamento, nos damos o direito de alterar e, por vezes, acabar com fontes naturais, escravizar animais para nosso próprio sustento e deleite, reivindicar a posse da terra e sentir-nos mais importantes de que tudo.

Isso pode parecer loucura. E é.

O que acontece é que, essa forma de acreditar, constitui a razão humana - ou seja - a loucura oficial.

Essa loucura, baseada num esquizofrênico entendimento de supremacia, quando ameaçada - combate até a morte qualquer forma de pensar que a desestabilize.

Cartéis religiosos, econômicos e políticos se ergueram dessa forma e lutam para garantir a manutenção dessa lucrativa mediocridade.

Nos meus 57 anos de vida tive a oportunidade de ser chamado de louco - muita vezes.

E aprendi que é "loucura" - tentar provar o contrário.

Dessa forma tratei de ser um louco de respeito .. acho que não consegui.

Se é difícil para a humanidade aceitar diferenças básicas como etnias, crenças, valores, religiões, formas de buscar prazer ..

Por que - eu - conseguiria tamanha proeza?

Quanto menos consciência, mais individuais são as verdades e mais individualista é a humanidade.

Verdade ou mentira dependem - sempre, do poder do mentiroso.

E para preservar a "verdade" - mentimos, enganamos, escondemos fatos e manipulamos.

No intuito de nos preservarem e protegerem, nossos pais mentiram pra nós e os pais deles fizeram a mesma coisa e assim por diante.

Tenho certeza de que entendem porque chamo isso de esquizofrênico.

O dinheiro dos bancos é dos clientes.

Os bancos são ricos sempre.

Os clientes nem sempre.

Na maior parte das vezes não.

E se discordamos dessa dinâmica desastrosa, perderemos pseudo-regalias e poderemos ser encaminhados para um manicômio.

"O tema manicômio é um capitulo a parte e aconselho que leiam a "História da Loucura" de Michel Foucault."

A humanidade evolui em massa, quem puxa, porém, são aqueles que ousam, inovam, arriscam, se aventuram e muitos desses desaparecem ou entram para a história como desajustados.

Pactuamos com a avaliação de critérios globais, muitos destes, absurdos e promovem a dor e o sofrimento.

Em compensação o sofrimento e a dor são premiados.

Tememos o amor e a felicidade.

Até porque - ao nos ajustar com os ditames da loucura oficial entendemos não sermos merecedores.

Estamos experimentado, conforme anunciado, a saída da era de Peixes e o ingresso na era de Aquário.

O movimento Hippie - o consagrou e - a partir dai, se deu um impulso maior aos cuidados humanitários.

Medicina Ayurvédica, acupuntura, naturismo, amor livre, questionamento das fronteiras políticas, cuidados ambientais, a busca pelo sagrado (sem igrejas - numa conexão direta com o divino - Cristo pregava isso), yoga .. etc ..

Tudo isso com uma boa dose de Sexo, Drogas e Rock and Roll.

Paz e amor - slogan imbatível e incontestável.

Pagamos caro mas a humanidade ganhou em luz.

Os Maias prenunciaram o fim do mundo em 2012 (na real o Maias não dizem isso, apenas termina em 2012 - matematicamente - seu calendário)

Já presenciei outros fins-de-mundo.

... pra mim nunca acabou ...

Dizem o sábios astrólogos que - desta vez - se trata de uma mudança profunda - provocada pelo aumento abrupto da consciência, justificado por algumas configurações planetárias e cósmicas.

Esse fenômeno, por sua vez poderia desestabilizar crenças e conceitos dogmatizados e consagrados.

Isso desestabilizaria crenças e valores norteadores das condutas e comportamentos preconizados.

Sabe-se lá.

Particularmente acho que a adoração ao fim-do-mundo é a busca da indolência e do fim das responsabilidades humanas.

É apenas um bom argumento para jogar a toalha.

Sem mais me alongar - pois estamos no campo do intangível, imponderável, sujeitos a uma avalanche de variáveis sem precedente.

Assunto, aliás, muito difícil de tratar, pois criamos visões relativas onde os universos individuais criam realidades independentes.

Mesmo assim, a busca pela verdade - por mais que doa - é incansável.

Verdades absolutas são maiores que nosso entendimento.

E, usando do o direito “paranifático” de aconselhar:

- Cultuem e questionem suas próprias verdades.

- Não tenham vergonha de mudar de idéia.

- Não temam quando forem criticados pela autenticidade.

- Não se prostituam espiritualmente.

- Acreditem na prosperidade - não pode ser apenas financeira - trata-se da integralidade humana.

- Sejam inteiros, atentos - errem, mas não vacilem.

- Fiquem conectados, mas nunca aprisionados.

Segundo um ditado Tolteca .. “Não acreditem em nada, mas prestem muita atenção”.

Pois bem caríssimos .. uma bela jornada os aguarda.

Espero do fundo de meu coração que, a passagem por esta casa tenha lhes tirado o sono, tenha lhes desacomodado a alma, tenha provocado uma compulsiva curiosidade, tenha lhes mostrado que são muito mais o que sentem do que o que sabem ... e que a "dita" loucura individual é o diferencial que os faz únicos, impares, exemplares, inigualáveis.

É o diferencial competitivo que faz a real diferença.

O jogo tem regras, são regras simples, algumas burras outras perversas, mas .. não é difícil.

Sonhem, construam e materializem essa visão, planejem .. sejam estratégicos .. não percam o foco.

- Mudem seus sonhos sempre que sonharem algo melhor, maior.

- Não desistam por medo ou por vislumbrarem dificuldades.

- Aceitem os desafios .. sempre que eles se justificarem.

Prestem atenção na sabedoria popular e seus ditames.

Tem um que eu gosto muito - é um Provérbio Japonês – trata da atenção - diz assim:

"A gente tropeça sempre nas pequenas pedras, porque as grandes a gente logo enxerga."

Obrigado pelo carinho, pelo respeito, pela paciência, por me ouvirem, por me ensinarem, por fazerem parte da minha Net-Love.

Contem sempre comigo

Beijo na alma.


segunda-feira, 22 de junho de 2009

A arte ritualesca da gastronomia como suporte na fisiologia da digestão
reflexão digestiva com Lúcio Pacheco e Laerte Martins - 20 de junho de 2009

foto: Pablo Alejandro Fabián - 2003
A Gastronomia compreende, mais que uma busca hedonista de estimulo aos prazeres do paladar, um ritual carregado de sabedoria. A ciência do bem comer, se apóia em profundos conhecimentos fisiológicos e psicológicos que, levam a uma melhor digestão e uma maior absorção dos nutrientes envolvidos. Essa é a função do prazer de comer, ou seja .. fazer com que as pessoas comam, se alimentem e se nutram para melhor atender as funções vitais do organismo.
A função da gastronomia consiste em estimular os diversos centros nervosos e provocar as atividades eletroquímicas necessárias para, um relacionamento perfeito, entre nossas necessidades de reabastecimento e o "combustível" que estamos utilizando. A relação pode começar pelo sentido olfativo ou pelo sentido visual, dependendo da situação, e a partir da complexa rede de informações de nosso organismo, algo faz com que iniciemos o processo de salivação. Nesse momento já foi dado o "start" do processo digestivo, antes mesmo de levarmos o alimento a boca.
Justificam-se, na gastronomia, os odores e suas combinações assim como o efeito visual que nos causa um determinado arranjo dos alimentos.
Se o ritual respeitar "os tempos" do organismo, ao colocarmos a comida na boca, já estaremos aptos a digerir, adequadamente, esse alimento. O sistema digestivo é informado previamente e a produção dos sucos gástricos e de outros elementos e funções pertinentes são ativados.
A maior parte das opções da linha "fast-food", além de - na maior parte das vezes - não estar adequada do ponto de vista nutricional, pecam pela impossibilidade da ritualística indispensável para o bom funcionamento digestivo. São extremamente industrializados, carregados de ácidos graxos, açucares complexos e uma excessiva carga de amido, estão contextualizados num cenário de condições adversas às possibilidades de reação do organismo à preparação da receptividade para o alimento. Distúrbios de peso, digestão lenta, pouca elasticidade da pele e cabelos sem vida são alguns dos muitos sintomas da aventura de mal se alimentar.

Reforço o fato de que podemos comer muito mal consumindo, apenas, produtos de primeira, orgânicos e saudáveis. Basta que desrespeitemos nosso organismo, não privilegiando o ritual da refeição.

Particularmente, gosto muito dos "ditos populares", esses que as avós usam para resolver situações. Por exemplo: Em caso de indisposição digestiva, o melhor é não comer até que dê fome. E nesse momento cabe prestar muita atenção tentando descobrir que tipo de fome é. Fome do que? Com o que, meu estômago gostaria de matar essa fome? A resposta a essas perguntas é uma informação vem do próprio organismo e indica o remédio.

Os primeiros rituais gastronômicos, por mais que os franceses proclamem Antoine Careme (1748) como o criador da cozinha francesa e da alta gastronomia e os romanos (500 anos antes de Cristo) produzissem suas orgias gastronômicas, datam do paleolítico e vem desde então aperfeiçoando-se, tanto na culinária - propriamente dita - como na ritualística.

Outro ponto fundamental para a boa alimentação, além da mastigação e conseqüente salivação (que é um tema que requer uma abordagem a parte), está na construção do cenário adequado. O ambiente da refeição faz parte do ritual gastronômico. Analisando do ponto de vista da psicodinâmica das cores, os tons de ocre, alaranjados e amarelos claros, estimulam a produção dos sucos gástricos. Condições ergonometricamente adequadas, luzes quentes e sonoridade confortável - com música (cabe ressaltar que arranjos melódicos são mais adequados que os rítmicos) - contribuem positivamente na construção desse ambiente propício.

A Gastronomia é uma arte complexa que utiliza, entre muitos elementos, um bom prato de comida.