gunga-din-don-doca – de 1990
Deus distante de um povo exuberante e guerreiro
Ricos
Miseráveis de um luxo efêmero e nauseabundo
Marimbondo
Ladrão milenar
Filho pródigo de um deus solteiro
Sapateiro ou engraxate
Aqui, há ordem em desordem, Devido à ordem em que a ordem se ordenou. Aqui não há datas, não há mapas nem tapas, São meras atas de momentos em desordem.
A respeito deste texto
Muito sei do que mereço
Sem desrespeito à regra
Me supero pelo avesso
Me atrevo com respeito
Dou noticia, faço prece
Rezo com ces, com cedilhas
Ponho esse, duplo esse
Ponho letra
Faço prece
Ouço isso como um canto
Santo tango gregoriano
Vivo num tempo cigano
Onde o presente é passado
De adjetivados sujeitos
Comungam, indiretos, substantivos
Relutantes prefácios e pleonasmos viciosos
Sou repleto quando rezo.
Os Estúdios Silenciosos são os refúgios lamuriosos da solidão.