quinta-feira, 11 de outubro de 2007

OCLAHOMA SEM DESTINO

carta resposta para Daniel de Andrade ..... 23 de agosto de 1999


foto: Pablo Fabián - 1974

Quem detêm o para-plexo, do reduto sem reflexo, tem no peito uma quimera, escorrida como hera bem debaixo dos narizes.
Nas campinas e outros pagos, tenho visto com meus olhos, coisas que a boca nada diz. Coisas de torcer o nariz.
Entretanto a nuvem baixa, se entrelaçando com o campo, como um tango retorcido ou um punhado de fumo. No escuro ou manhãzinha lembro o frio de uma calçada que não fosse a parceria, hoje em dia lembraria como triste e medonho. Já passado como um sonho, a lembrança está na foto que tiraste deste amigo. Levo essa foto comigo, ou a colei em um álbum, o que importa é o espaço que dedico a esse amigo.
As vezes, não ver-te é esquisito, ainda mais sabendo o quanto te vi. As vezes faz parte das coisas que nunca ficam pra traz, que vem junto com a gente independente do dia. É aquela coisa que a gente pensa em contar e fica satisfeito de ter pensado e parte correndo pra outra como se estivesse apressado.
Ligeiro pra não fazer nada, pra repousar na vida e pilota-la deitado ou olhando pro nada. Êta pressa que eu tenho pra parar de fazer.

Se eu fosse baiano e tivesse nascido assim, sem o tal do complexo de culpa, acho que me aposentava, comprava uma rede e um chinelo macio, ficava na beira do rio contando pro rio histórias do asfalto, da gente de salto, dos que olham do alto ou moram no alto de torres absurdas.
É caro amigo Daniel Boy, a vida se fez macia. Depois de uma coronhada tem coisa que não importa.
A gente sabe que a porta protege bem pouquinho. E a tela que tem na janela é pra mosca não sair.
O tempo é uma bobagem que um dia eu inventei. Te peço um milhão de desculpas se algum dia te enganei, pois acreditava que o tempo estava ai quando nasci.
Hoje trabalho pouco, mas ando muito ocupado, deve ser porque não trabalhar, também dá muito trabalho. Vira e mexe estou na serra, na planície ou no planalto. E é tudo igual. Uns são mais iguais que outros, mas dá tudo no mesmo.

Eram duas vezes......

Reflexões do escritório de fazer tema de casa
O mundo já acabou um monte de vezes e a gente deu risada.
Atirei um pau no gato de pesado foi ao fundo...
Não foi por pouco que estamos os dois neste mundo!

Um comentário:

saitica disse...

O que dizer de um cabra bom como o Pablo Fabian na criação da escrita ?
Um grande e fraterno abraço do irmão de fé e de empreitada
DaniEu