domingo, 25 de maio de 2008

Aurorecer
do clarear aos cantos escusos – 12 de maio de 2002

foto: Pablo Fabián - 2006

Vejo ganhos, vejo intrusos,
Nos projetos que proclamo,
Vejo custos, vejo enganos,
Nos momentos mais profundos.

Faço contas, conto os fundos,
Olho em volta e vejo o dia,
Me reporto ao passado,
Com profunda miopia.

Me aventuro em pensamentos,
Faço planos em segredo,
Reflito o cotidiano,
Com gosto amargo de medo.

Do horizonte o Sol me aquece,
Nesta visão matinal,
Hoje é manhã de Domingo,
E parece tudo igual.

Como crio a diferença?
Como construo um viver?
Talvez me falte paciência,
Ou eu não saiba morrer.

Busco força nas estrelas,
E tento me convencer,
Que olhando pela janela,
Não faço acontecer.

Oh, preguiça de vida,
Mas que medo de viver,
É como se vivendo,

Tivesse algo a perder.

O retrato está sem foco,
E a frase não tem fim,
Pra concluir esta estrofe,
Tem que vir algo de mim.

É silêncio e todos dormem,
Só o galo acordou,
Pra lembrar às pessoas,
Que a vida não acabou

sexta-feira, 16 de maio de 2008

O Nome da Fome
o buraco na alma – 16 de novembro de 2002

foto: Pablo Fabián - 2008
A liturgia recai sobre os nomes de poucas pessoas.
Já, hibridamente falando, esperaremos, safos, os efeitos do holocausto.

E, todos os dias, quando o planeta explode, retomamos o cotidiano de fazer tudo outra vez.

E dessa forma se repetem nomes de renome em pessoas de um mesmo nome. Duas vezes o mesmo nome, bi-nome, binômio, Pinóquio ou Bin Laden.

Brasileiro santo em seu nome.

Homem santo que não come.

Brasileiro de renome

Homem santo com fome.

Santo da fome

Guisado de santo com adornos de esperança

Homem santo criança

Herança sábia das zonas escuras

Santa herança e sua clausura

Arrogante e assustado

Meio sábio, meio infante

Um sorriso intolerante

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Sem Nome
relembrante – 22 de abril de 2006


foto: Pablo Fabián - 2002

Que coisa...as idéias se cruzam e perturbativamente produzem clichês marqueteiros para dar, solenemente, o “start” do processo.
Frases prontas e na real eu queria contar um pouco da minha história.
Desde cedo me desvencilhei do peso do jogo.
Eu não sabia que não era para perceber.
Eu percebia. Jogava o jogo.
A burla aos valores em poses hipócritas.

domingo, 4 de maio de 2008

Casulo Insolente
retreta da vida - 26 de abril de 2008

foto e arte: Carlos Fabián - 2008

A vida não é cadeira
A vida é pra caminhar
Se não tens aonde ir
Levanta para dançar

A vida só é legal
Quando se torna iniciática
Prazer também é bom
De forma bem homeopática